Hoje faz um ano... Um ano sem te ver, um ano sem falar com você, um ano sem gritar VASCO no telefone depois de uma vitória...
Um ano de uma dor que não tem tamanho, que dói no corpo e na alma; que às vezes fica quietinha, mas quando vem, me derruba. E me derruba porque eu queria ter feito tantas coisas ainda com você: ir a um jogo do Vasco no São Januário (como me arrependo de não ter ido quando você me chamou), tirar mais fotos com você (é, nessa última foto aí em cima eu não apareço), ter ido no seu último aniversário (que diferente de todas as outras vezes, não fugiu da gente, até convidou pra ir!)...
Foi um ano esquisito, em que chorei a minha dor e a dor dos amigos; que passei a dizer "eu te amo" não só pro Júlio, mas para todos aqueles que eu realmente amo; que grudei no meu pai como nunca antes...
Hoje, só me resta chorar e rezar. E mais uma vez recorro a Santo Agostinho, para confortar e ajudar a aceitar tudo isso.
Fica com Deus, tio-padrinho. Olhe e reze por nós aí em cima! Um dia, se Deus quiser, estaremos juntos novamente...
“A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho…
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."
(Santo Agostinho)